De acordo com a definição do
Wikipédia, antigamente na Índia, um ashram era um local onde sábios hindus
viviam em paz e tranquilidade, no meio da natureza, para meditar e adquirir
conhecimento espiritual. A palavra ashram vem do sânscrito e significa
proteção.
Após cinco meses trabalhando
como voluntárias, eu e minha irmã decidimos descansar por uma semana em um
ashram, não só para praticar yoga, mas porque também estávamos curiosas para
conhecer um ashram na Índia.
Optamos por um ashram chamado
Amritapuri, em Kerala, estado ao sul da Índia, que tem como guru (guia
espiritual) Sri Mata Amritanandamayi Devi, uma indiana de 60 anos de idade, chamada
popularmente de Amma (mãe), conhecida por abraçar as pessoas, com o intuito de
lhes trazer conforto. Ao decorrer de sua vida, ela já abraçou mais de 30
milhões de pessoas no mundo inteiro.
Amma (foto retirada da internet) |
O ashram da Amma é praticamente
uma cidade e dizem ter sido construído com doações. Além de um templo, há dois
edifícios, onde moram aproximadamente duas mil pessoas.
Ashram da Amma, com seu templo à esquerda (vista do meu quarto) |
Há aqueles que não moram no
local, mas deixam seus apartamentos disponíveis para visitantes. Eles não
recebem nada por isso e o que pagamos, vai direto para o ashram. Os
apartamentos são pequenos – quarto, cozinha e banheiro, porém com ducha de água
fria e enferrujada. Só oferecem colchões e normalmente é necessário dividir o
quarto com outras pessoas.
Prédios existentes no ashram da Amma, vistos da vila |
O valor da diária é INR 250
rúpias (US$ 5 dólares), incluindo todas as refeições (cozinha indiana), que em minha opinião, não
eram nem um pouco atrativas. De qualquer forma há uma cantina para
estrangeiros. Era lá que comíamos e não gastávamos nem US$ 10 dólares por dia.
Dentro do complexo há também um
pequeno mercado, lojas vendendo todos os tipos de souvenirs com imagens da Amma (relógios, pingentes, anéis, etc),
uma sala com internet (não há wi-fi) e até mesmo piscina, que tem horários
diferentes para homens e mulheres. Dentro do ashram, as pessoas não podem
demonstrar sinais de afeto e as mulheres devem usar roupas que as cubram
apropriadamente. Além disso, é proibido fumar e beber.
O ashram também oferece
tratamentos ayurvédicos (medicina tradicional à base de ervas, desenvolvida na
Índia há mais de sete mil anos). Portanto, no local há um hospital e uma
farmácia. Há também massagistas e astrólogos. Havendo interesse, devem ser
marcados com o máximo de antecedência, pois estão sempre com os horários
lotados.
Por curiosidade, marquei uma
consulta com um astrólogo indiano, por 30 minutos, no valor de US$ 12 dólares.
Foi uma experiência interessante e como ele mesmo me disse, não acredite em
tudo que eles falam, mas também não desacredite.
Todos os ashrams têm uma
rotina, ficando a critério do visitante seguí-la ou não. Além de horário certo para café da manhã, almoço e jantar, normalmente
as atividades começam a partir das cinco horas da manhã e incluem meditação, prática
de yoga, cantos devocionais e trabalho voluntário, uma vez que a acomodação tem
um valor simbólico e por isso, eles esperam que os visitantes também contribuam
de alguma forma.
Por falar em contribuir, o
ashram também possui uma ONG chamada Embracing
the World (Abraçando o Mundo), através da qual apoiam a comunidade
oferecendo lares para crianças de rua, idosos e inválidos, distribuição de
alimentos, formação profissional, bolsas de estudos, programas de saúde
pública, etc. Para quem quiser saber mais sobre a ONG, o site é: www.embracingtheworld.org.
Em um próximo post escreverei mais sobre a Amma, seu
famoso abraço e sobre seus seguidores. De qualquer forma, deixo aqui o website
do ashram, para aqueles que tiverem interesse. Observando que, para aqueles que estão em busca
de um lugar tranquilo e acolhedor, este não é o ashram certo. O local
fica mais agitado ainda com a presença da Amma.
Website internacional: www.amritapuri.org e website no Brasil: www.ammabrasil.org.