Neste post eu me despeço do Quênia, que apesar de ser um tanto subdesenvolvido e primitivo do meu ponto de vista, eu adorei visitar esse país!
Aqui falta água, falta iluminação nas ruas, faltam faixas para pedestres e faróis. Aqui há o agravante de doenças como a Aids, a malária e a cólera. Aqui há muita corrupção, falta emprego, falta educação e saneamento básico. Faltam também boas estradas e transporte público. Além disso, há muita poluição ambiental, visual e sonora, mas sobretudo, há muita poeira!
Por outro lado, aqui no Quênia é possível fazer os melhores safaris do mundo. Aqui eles têm os mais belos animais selvagens. Aqui têm orfanatos para salvar animais em extinção e/ou ameaçados pelo próprio homem. Em pleno centro, há grandes e belos parques e ao circular de carro, é possível ver até mesmo enormes cegonhas. E há poucos kilômetros de Nairobi, há belas montanhas e lagos.
O povo queniano é extremamente receptivo, acolhedor e simpático. Todos nos cumprimentavam nas ruas, em especial as crianças, que gritavam incessantemente “how are you?” (como vai você?). Às vezes eu sentia vontade de gravar “I am fine, thanks” (vou bem, obrigada).
Foi uma experiência incrível trabalhar como voluntária e viajar pelo Quênia. A África é um lugar que precisa de muita ajuda e onde nós, voluntários (as), podemos fazer a diferença.
Em homenagem ao Quênia, eu posto abaixo algumas fotos hilárias e outras até mesmo tristes, de coisas que nunca vi em outros países, mas que fizeram eu me apaixonar por sua cultura e seu modo de viver.
As ruas não tem endereços e as casas não têm números! A placa abaixo, do Exciting Hotel, se tornou o nome da rua onde eu estava morando. Para chegar na nossa casa, bastava contar 08 portões descendo à esquerda. É assim que os carteiros sabem onde entregar as correspondências.
Cabeleireiras fazem trancinhas em qualquer lugar. Para fazer um cabelo longo pode levar até 06 horas e para desfazer, leva praticamente o mesmo tempo! As trancinhas duram em média 02 meses.
As pessoas se viram como podem para ganhar um trocado.
Há cabras por onde quer que você ande.
Os quenianos não têm o costume de usar vassoura nem rodo. Eles usam uma espécie de espanador de palha para varrer suas casas, escolas, lojas e até mesmo as calçadas.
Mary varrendo uma das salas do Light Orphanage Centre |
Mesmo com tanta poeira nas ruas, os quenianos insistem em lavar seus carros todos os finais de semana. O pior é que os lava rápidos ficam em lugares empoeirados!
Lava rápido |
Os quenianos vendem qualquer coisa nas ruas, principalmente nas calçadas empoeiradas e em barracas caindo aos pedaços.
Jazigos
Roupas
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Andaimes não existem. Eles usam madeira nas construções. Infelizmente já desmataram e destruiram grande parte de suas florestas, por isso o Quênia tem se tornado um país cada vez mais quente e com falta d’água.
Desde cedo, os africanos carregam muito peso e de todas as formas possíveis.
Crianças carregando barris de água
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Homens e mulheres trabalham duro para sobreviver. Alguns empregos são extremamente primitivos, como na foto abaixo, onde eles se sentam sobre pedras e as quebram em pequenos pedaços usando apenas um martelo. Infelizmente, mal sabem eles que em breve terão Mal de Parkinson.
Banheiros públicos não têm vasos sanitários.
Latrina |
Para ter segurança, os portões têm buracos pelos quais temos que enfiar apenas uma mão por dentro, para colocar o cadeado. No começo é difícil, mas depois nos acostumamos.
As matatus (como são chamadas as vans no Quênia), principal meio de transporte na África, são muito antigas e sempre caindo aos pedaços. Mas por dentro, sempre são decoradas de forma colorida, algumas chegam a ser bem bregas, mas praticamente todas estão sempre com som alto.
Matatu (van) por dentro |
É com mais uma foto de matatu, dessa vez com a bandeira do Quênia, que eu me despeço desse país tão primitivamente maravilhoso!