Megulhar em alto mar, dentro de uma jaula, para ver tubarões, parece meio assustador. Mas uma vez dentro da jaula, percebe-se que não há nada de perigoso. Os tubarões chegam bem perto, atraídos pela comida que os funcionários do barco jogam na água, mas nunca atacam a jaula.
Comidinha para atrair tubarões |
Fazer esse tour em pleno inverno foi um tanto sofrível. Todos que conheci e que já haviam feito esse passeio me avisaram sobre o frio durante a viagem de barco até alto mar. Sobretudo, recomendaram que eu tomasse algum remédio para prevenir enjôo. Nunca senti nenhum mal estar em alto mar, mas resolvi seguir esse conselho e comprei um remedinho, o qual deve ser tomado com 01 hora de antecedência.
O melhor horário para ver os tubarões é de manhã, então o sofrimento já começa pelo horário que te buscam em casa. Temos que estar no barco no máximo até 07 horas, sendo que o local de mergulho fica em Gansbaai, há 02 horas de Muizenberg, onde estou hospedada. Ou seja, me buscaram às 03h45 da madrugada, pois o motorista ainda buscaria outras pessoas no centro de Cape Town. Mas tudo tem o lado bom e pelo fato de chegarmos tão cedo no local, pudemos apreciar um belo nascer do sol!
Nascer do sol em Gaansbai |
Já no barco e toda quentinha, tive que tirar minha roupa para colocar o macacão de neoprene, em meio a 20 pessoas, com o barco em movimento e ainda por cima, molhado. Quem já usou esse macacão, sabe o quanto é difícil ele deslizar no corpo, imagine então estando úmido!
Em alto mar, a maioria das pessoas começaram a passar muito mal, inclusive eu! Mesmo tendo tomado o bendito remédio. As ondas eram gigantes, o barco praticamente voava! Comecei a tremer, tudo ficou preto, senti tontura e enjôo. Tive que me deitar, pois achei que desmaiaria. Enquanto isso, alguns já se trocavam para entrar na jaula e outros já vomitavam fora do barco.
Por um instante achei que gastaria meu dinheiro à toa e ainda por cima, não veria os tubarões. Tomei um pouco de água e 15 minutos depois estava me sentindo bem melhor. Me troquei e fui admirar os tubarões que chegavam perto do barco, já com 04 pessoas dentro da jaula.
Tubarão visto do barco, próximo à jaula |
Mas o sofrimento não termina aí. Quando você entra na jaula, é meio claustrofóbico. Fora que a água estava extremamente gelada. Após alguns minutos eu já não sentia meus pés, nem minhas mãos. O macacão de neoprene segura bem o frio, mas quando a água entra pelas mangas ou pelo pescoço, é simplesmente congelante! Fiquei preocupada com hipotermia, pois ficamos aproximadamente 45 minutos imóveis dentro da água. Mas claro que a qualquer momento, você pode pedir que subam a jaula, coisa que eu nunca faria!
Para finalizar, comprei uma câmera descartável, mas foi em vão. Os tubarões são enormes e é difícil fotografá-los em baixo d’água. O maior deles tinha 3.5 metros. Além disso, a jaula fica grudada no barco e balançava bastante com as ondas.
Ficamos apenas com a cabeça para fora para respirar e quando os tubarões começam a chegar, uma pessoa no barco nos avisa a direção para mergulharmos. O óculos de mergulho me atrapalha um pouco, pois tenho dificuldade para respirar com a boca. Fui me acostumando com o tempo, mas ainda assim, bebi bastante água do mar!
Para piorar, os pedaços da carne que os funcionários lançavam no mar se despedaçam com o tempo e vinha tudo na gente. Voltei para o barco fedendo! Mas o cheiro se torna imperceptível, uma vez que o barco já estava fedendo por causa das pessoas que tiveram desinteria e que vomitaram e não conseguiram ir na jaula.
De qualquer forma, valeu a experiência. Internamente me peguntava por que sempre me coloco nessas situações e dava risada sozinha, pois quem me conhece, sabe que adoro atolar o pé na lama. Traduzindo...adoro uma bela aventura!
P.S.: Não esqueça de já ir usando biquini por baixo, além de levar toalha, sacola plástica para colocar a roupa molhada, protetor solar e chinelos!
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