Com tanta diversidade cultural,
eu realmente não fazia questão de visitar as praias da Índia. Mas como minha
irmã adora praia e não é por menos que mora na Austrália, ela acabou me
convencendo de que esta também poderia ser uma experiência diferente.
Pegamos um ônibus de Fort Kochi
até Goa, viagem esta que durou 16 horas. Pagamos Rs 1,450.00 rúpias (US$ 29
dólares) por um sleeper bus (ônibus leito), obviamente esperando por poltronas
que reclinassem ao máximo.
Por incrível que pareça, o
ônibus possuía cabines com camas espaçosas e relativamente confortáveis, muito
parecidas com os trens indianos. E para a privacidade dos turistas, cada cabine
possui uma cortina.
Os colchões são revestidos com
couro sintético. Não se esqueça de levar sleeping
bag (saco de dormir) ou um lenço/pashmina para se cobrir. Até que não é tão
difícil dormir com o ônibus em movimento. Para mim, o maior incômodo foi o ar
condicionado, que ficou bem gelado durante a viagem. Opte pela upper bed (cama de cima) para que
ninguém fique te incomodando ao subir ou descer da cama.
Não espere toilets. Mesmo com viagens tão longas, nenhum ônibus indiano possui
banheiro. Portanto, minha dica é que evite tomar água. De qualquer forma, o
motorista realiza paradas para almoço, jantar e até mesmo para um chai.
E quem diria que na Índia pudessem
existir praias tão belas? Eu e minha irmã optamos pelo sul de Goa, onde há mais
natureza, mais verde, mais montanhas. Mas se você quer agito e baladas, opte
pelo norte.
Palolem Beach
Se quiser ambos - agito e
natureza, você também encontrará isso ao sul de Goa, na praia de Palolem, com milhares de lojas
indianas na rua principal da praia, bares, restaurantes e casas noturnas.
Lojinhas indianas na rua principal de Palolem |
Passei um dia nesta praia. Além
de lotada, barcos ocupam grande parte de suas areias, uma vez que dali partem passeios
para ver golfinhos. Me surpreendeu saber que há golfinhos nas águas indianas ou,
mais propriamente dito, Mar Arábico.
Palolem Beach |
Se ainda assim você quiser
fugir do agito na própria Palolem Beach, caminhando até o final da praia (à
direita para quem olha para o mar), há uma mini praia onde é possível fazer
nudismo, obviamente, só para estrangeiros.
Mais adiante, há um bar com um
pequeno lounge todo feito de palha. Na verdade, trata-se de uma hospedagem com cinco
cabanas de madeira, mas o dono gentilmente disponibiliza cadeiras de praia para
os visitantes, que podem ir até lá apenas para tomar umas bebidas.
O acesso é pelo mar e em algumas partes, a água chega à cintura. Portanto, antes de ir, verifique o horário de maré alta. De qualquer forma, se falar com o dono do local, ele pode providenciar um barco para levá-lo de volta à praia.
O acesso é pelo mar e em algumas partes, a água chega à cintura. Portanto, antes de ir, verifique o horário de maré alta. De qualquer forma, se falar com o dono do local, ele pode providenciar um barco para levá-lo de volta à praia.
Lounge na ponta da praia de Palolem |
Bar na ponta da praia de Palolem, ao lado do lounge acima |
Agonda Beach
Por preferirmos praias desertas,
optamos por Agonda Beach, a 15 minutos de carro de Palolem. Mesmo em alta
temporada, a praia estava extremamente vazia. Na opinião dos moradores e
comerciantes locais, os turistas debandaram devido ao suposto fim do mundo, que
seria no dia 21/12/2012. Neste dia eu estava na praia, torcendo para que um
tsunami não nos atingisse.
Ali ficamos por uma semana,
assistindo a pores do sol incríveis, simplesmente todos os dias. Além disso, a
praia é limpa, o mar é calmo e a temperatura da água não poderia ser mais
adequada.
O belo encontro da lua e do sol |
Pôr do sol em Agonda Beach |
Da ponta esquerda da praia também
saem barquinhos de pescadores, para ver golfinhos. Eu e minha irmã fomos com
mais três amigos e cada um pagou Rs 250,00 rúpias (US$ 5 dólares) por uma hora
de passeio. Não vá esperando um espetáculo com milhares de golfinhos. De
qualquer forma, é sempre encantador vê-los pulando pela água, mesmo que
brevemente.
E como não poderia deixar de
ser, as vacas também frequentam as praias indianas e aos bandos! E não se engane,
elas são consideradas sagradas, mas atacam.
Frequentadores das praias indianas |
É difícil se locomover para as
outras praias. Não há locadoras de automóveis. A moda por lá são as scooters, que você pode alugar por apenas
Rs 200,00 rúpias por dia (US$ 4 dólares). Eu achei as estradas de acesso de uma
praia para outra meio perigosas para ir de moto, além disso, os indianos
dirigem como loucos. Há também a opção dos tradicionais tuk tuks e por fim, os táxis, que são um pouco mais caros.
As praias da Índia são bem
rústicas. Mesmo em Palolem, as ruas não têm calçadas, as casas são humildes e
não há hotéis caros e elegantes. Na verdade, há muitas guest houses (casas de família). Eu e minha irmã ficamos em uma
dessas e pagamos Rs 600 rúpias por dia (US$ 12 dólares).
Também não há casas de praias.
A moda nas praias indianas são as famosas cabanas de madeira. A melhor
hospedagem de Agonda se chama Dunhill, com cabanas chiquérrimas de vidro, de
frente para o mar, que custam na faixa de Rs 5 mil rúpias a diária (US$ 100
dólares).
Agonda Beach |
Vá sabendo que a todo momento
faltará luz, portanto, carregue sempre uma lanterna ao sair à noite. Na maioria
das acomodações não há água quente e os restaurantes são simples, mas com comidas
muito boas.
Cola Beach
Além de Palolem e Agonda, visitamos
por um dia uma praia chamada Cola, também a 15 minutos de carro, de Agonda. Por
sorte, fizemos amizade com um indiano que nos levou para todos esses lugares.
O charme desta praia é que suas
areias são divididas em duas partes – de um lado o mar e do outro uma bela lagoa
chamada Blue Lagoon, com cabanas ao redor.
De um lado a Blue Lagoon... |
...do outro lado, o mar |
Recomendo que vá em grupos e
não somente em mulheres, pois infelizmente o número de estupros têm aumentado
nas praias de Goa, principalmente em Cola Beach, onde a ociosidade faz com que
os indianos se alcoolizem cada vez mais.
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