Um dos motivos que me levou a
Kerala foram as maravilhosas fotos que vi da cidade de Munnar, a cidade do chá,
há 180 km de Kochi. Não que eu seja interessada nesta bebida, mesmo porque, no
Brasil crescemos tomando café, mas as montanhas de Munnar são deslumbrantes,
repletamente cobertas por plantações de chá, que mais parecem um imenso tapete com
belos tons de verde.
Montanhas de Munnar cobertas por plantações de chá |
Plantações de chá que mais parecem um belo tapete verde gigante |
Fechamos um tour de dois dias no
valor de INR 2,500.00 rúpias (US$ 50 dólares), que incluía transporte, hospedagem
e alimentação. Claro que entramos em mais uma roubada! Nos disseram que
teríamos um guia, quando na verdade, ele era simplesmente um motorista de táxi,
que não falava uma palavra em inglês.
Saímos de Fort Kochi às seis
horas da manhã. A primeira parada foi na cidade de Kodanad, há 50
km de Kochi, no Elephant Training Camp,
um parque onde é possível andar de elefante e se der sorte, vê-los sendo
banhados em um lago. Eu e minha irmã não fizemos questão de fazer o passeio,
mas tivemos que dar uma gorjeta para tirar uma foto com um deles, que fez até
pose!
Eu e minha irmã com um elefante posando para a foto |
Antes de seguir para Munnar,
paramos em uma casa histórica de família para tomar um café da manhã típico de
Kerala, que inclui um tipo de panqueca esbranquiçada e molhos condimentados e
apimentados, que seriam mais adequados para um almoço e doces à base de côco,
afinal, o que não falta em Kerala são coqueiros. Não posso deixar de mencionar
que o motorista se perdeu para chegar a ambos os lugares acima!
No meio do caminho ele vai
parando em cachoeiras sem água e plantações de especiarias, que em minha
opinião, não valem a pena ser visitadas. Munnar também é famosa por suas
orquídeas, então aceitamos parar em um jardim, que na verdade, estava mais para
uma grande floricultura. Também não perca seu tempo.
Finalmente chegamos a Munnar
por volta das duas horas da tarde, mortas de fome. O motorista não parou para almoçarmos,
disse que não daria tempo e nos levou para um city tour. Ele parava, fotografávamos e seguíamos adiante, sem
nenhuma explicação.
Dois belos lugares são a
represa Mattupetty Dam, onde é
possível fazer passeio de lancha e o Echo
Point, um mirante que recebe este nome devido ao fenômeno de eco natural do
local. Infelizmente não tentei gritar para saber o que aconteceria, mesmo
porque, só fiquei sabendo do fenômeno ao me informar pela internet sobre os
locais que visitei.
Mattupetty Dam, represa de Munnar |
Echo Point |
Ao final do dia ele nos deixou
no hotel e foi dormir no carro. Antes disso, nos informou que retornaríamos
para Kochi após o café da manhã. Claro que nos recusamos. Ligamos para a
agência de turismo e dissemos que aquele passeio era uma vergonha! Dissemos
também que no dia seguinte faríamos o que quiséssemos e o motorista teria que
ficar à nossa disposição. Incrivelmente, aceitaram sem reclamar.
Tea Museum
No dia seguinte, definimos
nosso roteiro com a ajuda do gerente do hotel, que acabou se tornando nosso
guia. Logo cedo visitamos o Tea Museum,
onde assistimos a um vídeo sobre a história do chá, sobre a cidade de Munnar e seu
desenvolvimento a partir das plantações. Dentro do museu há também uma pequena
fábrica, onde demonstram perfeitamente o processo da produção de diferentes
tipos de chás, a partir de uma mesma planta. A entrada custa INR 85 rúpias (US$
1,70 dólares) e a visita vale a pena!
Demonstração de produção de chá dentro do Tea Museum de Munnar |
Em seguida, fomos ver o que realmente
queríamos ver em Munnar – as plantações de chá! Não é permitido andar entre as
plantações, mesmo porque, seria um caos se os turistas pudessem fazer isso. As
plantações certamente seriam destruídas. Mas basta caminhar pelas ruas de
Munnar para vê-las de perto, uma vez que as plantações chegam até as beiradas
das ruas.
Caminhando pelas ruas de Munnar |
Aproximadamente trinta mil
pessoas trabalham nas plantações de Munnar, todas pertencentes ao governo.
Governo este que concede casas a essas famílias, com água gratuita e desconto
na eletricidade. Por outro lado, pagam a eles menos de US$ 4 dólares por dia
pela colheita. Além disso, pelo menos uma pessoa de cada família deve trabalhar
em uma das oito fábricas da cidade. Após vinte anos de trabalho, a família tem
direito à casa.
Casas do governo, em meio às plantações, concedidas para colhedores de chá |
Caminhando pelas ruas de Munnar
é possível ver mulheres trabalhando na colheita. Isso se você der sorte de ir na
época certa. Se quiser fotografá-las, tenha uns trocados em mãos!
Colhedora de chá |
Os melhores chás são feitos a
partir de novos brotos, portanto, a colheita é feita a cada duas semanas,
cortando apenas o topo da árvore. A
Índia é conhecida por produzir chás de altíssima qualidade e alguns podem
chegar a custar milhares de dólares. Não é por menos que o chá de primeira qualidade é exportado.
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