sexta-feira, 28 de setembro de 2012

Despedida Light Orphanage Centre

Último dia no Light Orphanage Centre, penúltimo dia no Quênia e aniversário da minha irmã. Para tornar nossa despedida um momento feliz, aproveitamos para comemorar o aniversário da minha irmã com muitos muffins e refrigerantes. Infelizmente não tivemos tempo para comprar um bolo, pois estávamos extremamente ocupadas organizando o orfanato. De qualquer forma, foi uma verdadeira festa, afinal, raramente eles comem algum tipo de doce.
Minha irmã no meio da criançada, comemorando seu aniversário com muitos muffins
Além disso, foram eles quem ganharam presentes. Dessa vez, compramos mochilas, pois partia meu coração vê-los carregando seus cadernos em sacolas plásticas. Mas esses presentes não foram dados somente por mim ou pela minha irmã, mas por muitos de nossos amigos do Brasil e da Austrália, que nos enviaram generosas doações.

Foi triste e literalmente difícil nos despedirmos das crianças. Por outro lado, foi engraçado vê-los trancando o portão afim de impedir que partissemos. Pedimos que fizessem uma fila, para que pudessemos abraçá-los e beijá-los. Alguns se sentiram muito constrangidos, afinal nunca receberam carinho e não estão acostumados com o toque de outras pessoas. Explicamos que no Brasil isso é normal e após o primeiro abraço e o primeiro beijo, todos retornaram à fila milhares de vezes.
Alguns tocavam nossa pele e nosso cabelo desesperadamente, pois não haviam nos tocado antes e sabiam que era sua última oportunidade. Eu e minha irmã fomos as primeiras voluntárias brancas a trabalhar neste orfanato. Muitos deles nunca viram pessoas brancas antes e infelizmente crescem achando que somos “seres superiores”. Nos tocam para saber se sentimos dor e até mesmo para saber se nossa pele é diferente. Sempre fiz questão de ensiná-los que somos todos iguais.

No começo eu estava com receio de dar aula para os adolescentes, pensando que talvez pudesse ser difícil ensiná-los, que talvez eles não nos obedeceriam ou não nos respeitariam, mas foi totalmente o contrário. Eles foram super gentis. Estavam super interessados em aprender e faziam de tudo para nos agradar.
Um mês foi tempo suficiente para nos apegarmos uns aos outros. Nunca pensei que diria isso, mas já estou pensando seriamente em voltar ao Quênia no próximo ano para visitá-los. É como se eles fizessem parte da minha família, parte de mim, e não posso simplesmente abandoná-los. Criamos um laço muito forte. Todos eles foram e são simplesmente adoráveis e foi a melhor experiência que já tive em termos de trabalho voluntário.
Crianças e adolescentes que moram no Light Orphanage Centre



4 comentários:

  1. ana paula mathias vianna9 de outubro de 2012 às 19:27

    Dine,

    parabéns pelo maravilhoso trabalho que você e a Ni realizaram nesse orfanato!
    Vocês foram muito além do que se esperava... vocês não só ensinaram, ajudaram, deram alguma dignidade pra essas pessoas.... vocês deram amor e muito carinho pra pessoas que nem sabem o que é isso.
    Você sabe que eu te adoro e admiro mas vou repetir porque, como sou uma amiga meio atrapalhada nem sempre falo isso:
    Te adoro e admiro muito!!
    Quando vc voltar gostaria muito de te encontrar...
    Parabéns!!
    Você realmente fez a diferença!!

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  2. Oi Aninha,

    Foi muito enriquecedor trabalhar como voluntária no Quênia...algo mágico! Eu e minha irmã também não imaginávamos que faríamos tanto. Foi especial transformar não só o orfanato, como a vida de tantas pessoas!
    Quem sabe quando eu voltar, te visito em Florianópolis! rs
    Um bjo grande,
    Dine

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  3. Lindo Claudine! Parabéns!

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    1. Puxa...queria saber quem é você para poder agradecê-la...pena que esqueceu de assinar! De qualquer forma, obrigada!

      Bjo,
      Claudine

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