Separando lixo reciclável

Assim que os visitantes fazem check-in no ashram da Amma, a administração pede que se inscrevam em algum tipo de seva, como eles chamam o trabalho voluntário, uma vez que o valor da diária é simbólico e, conforme mencionado no post anterior, eles esperam que os visitantes retribuam de alguma forma.

O complexo é mantido inteiramente com a ajuda dos seguidores e visitantes e há várias opções de seva: ajudar a cozinhar, lavar a louça, limpar o templo, ajudar pessoas com deficiências físicas, etc.

Eu e minha irmã escolhemos o projeto de reciclagem, sem saber o que nos esperava. Praticávamos yoga das 07h30 às 09h00 ao custo de US$ 2 dólares por dia (qualquer serviço oferecido dentro do ashram é pago), tomávamos café e seguíamos para nosso trabalho voluntário, também considerado pelo ashram um trabalho espiritual, já que estamos ajudando a comunidade sem esperar nada em troca.

Em um grande espaço para separação do lixo reciclável, nosso trabalho era separar literalmente tudo.  No primeiro dia nos colocaram em um trabalho que a princípio parece fácil, mas que na verdade era bem cansativo – amassar e separar garrafas de plástico de acordo com suas cores, bem como suas tampinhas. Além disso, era necessário esvaziar seus conteúdos. Jogávamos a água nas plantas e outros líquidos (refrigerantes, sucos, produtos químicos, remédios, etc), infelizmente iam para o mar.

Separando garrafas pet

Nos dias seguintes, sentamos em círculos com outros voluntários, em frente a diversos cestos de lixo, dos quais separávamos papéis, vidros, plásticos, roupas, brinquedos, alimentos e até mesmo absorventes. Mas o que mais me enojava eram os cabelos.

No começo achei que não aguentaria e por diversas vezes achei que vomitaria. Para piorar, o calor úmido do sul da Índia, somado ao cheiro do lixo era insuportável. Mas a capacidade que temos para nos adaptar é incrível. Depois de alguns dias, aquilo virou algo tolerável de se fazer.

Portanto, aproveito este post para fazer um apelo. Separe seu lixo de forma consciente, pois ele passará nas mãos de outras pessoas, que merecem muito respeito pelo trabalho que fazem.