quarta-feira, 15 de agosto de 2012

Hospedagem - Nairobi, Quênia

Estou morando há pouco mais de 10 Km do centro, na casa de uma família cristã, em um bairro chamado Rongai, onde moram aproximadamente 500 mil pessoas.
A região parece meio rural, pois as ruas são de terra e tudo parece distante do centro, mas após andar por outros bairros, percebi que assim é Nairobi, com exceção do centro da cidade.
De carro até o centro, leva-se em torno de 30 minutos sem trânsito. Porém, o trânsito nessa região é pesado! O congestionamento é causado pelo enorme número de matatus (vans), o principal e praticamente único meio de transporte.
Além disso, a única avenida que dá acesso ao bairro de Rongai está sendo recapeada, aumentando o tempo de chegada ao centro para aproximadamente 02 horas, seja se carro ou de matatu. Sendo necessário pegar 03 matatus para chegar ao centro.
A família com a qual estamos morando é formada pelo Pastor Wangure, sua esposa Margareth e seus filhos Violet, de 15 anos e Vincent, de 12 anos. Ambos estudam em colégio interno, só vindo para casa nas férias. O Pastor é extremamente inteligente e tem nos enchido de cultura. Toda a família é muito agradável, mas devo dizer que o pastor fala um pouquinho além da conta. Mas não é por menos, afinal ele é um palestrante!
Margareth, Vincent, Pastor Wangure, eu e Violet
É visível a hierarquia nas famílias. O filho mais novo ajuda a mãe em tudo, colocando a comida na mesa, recolhendo os pratos de quem já comeu e por fim lavando a louça. Aos 06 anos, Vincent já sabia cozinhar. Quando ele não está em casa, sobra para a irmã. Pelo fato da Margareth trabalhar até muito tarde, normalmente, a Violet é quem cozinha.
O Pastor já não prega mais. Atualmente ele dá palestras de auto-ajuda e motivação e ocasionalmente, faz aconselhamentos antes de noivos se casarem. Enquanto a esposa trabalha em um banco que faz empréstimos apenas para mulheres, percebe-se claramente que ele cuida muito bem da casa e de todos os outros afazeres. Quando os filhos não estão em casa, é ele quem cozinha. 
A casa é grande e tem dois andares. A família mora no andar de cima e os voluntários, no andar de baixo. No momento, estamos eu e minha irmã em um quarto e há mais uma voluntária em outro quarto, chamada Rhonda, uma australiana na faixa de seus 60 anos de idade. Que aliás, é muito corajosa por estar fazendo sozinha uma viagem difícil como essa.

Os quartos são confortáveis, mas temos que usar mosquiteiros para dormir. Mesmo tomando antibiótico diariamente para prevenir a malária, esses remédios não são 100% eficazes e muitos voluntários contrairam malária mesmo tomando os comprimidos.

Em todos os lugares que eu e minha irmã vamos, sempre arranjamos um bichinho de estimação. Em SP, tenho meu adorável gato persa, o Shiva. Na África do Sul, tinhamos um cachorrinho chamado Jonty. E aqui no Quênia, temos um coelhinho. Infelizmente ele não tem nome e brevemente se tornará comida para a nossa família queniana. Espero não estar aqui quando isso acontecer! Ele está preso há 02 anos em uma jaulinha com pouco espaço. Eu e minha irmã temos alimentado-o diariamente com cenouras e bananas. Ao menos, estamos dando a ele seus últimos dias felizes.


Apesar de toda a pobreza e sujeira nas ruas, estou adorando o bairro, a casa e a família. O único problema é a falta de água. Aqui temos que tomar banho com uma bacia e economizar água de todas as formas possíveis. Mas este assunto merece um post específico, onde contarei detalhamente como tenho sobrevivido sem água, ou melhor, com aproximadamente 04 litros de água por dia para tomar banho, lavar minhas roupas e meu cabelo!

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