quarta-feira, 31 de outubro de 2012

Trabalho voluntário - Chokling Monastery

Após quatro meses trabalhando em favelas e orfanatos, com crianças extremamente pobres e carentes e em locais desprovidos de beleza e com condições higiênicas deploráveis, fiquei surpresa ao chegar no meu novo local de trabalho - Chokling Monastery, um templo e monastério belíssimos, rodeado pelas montanhas do Himalaia.

Chokling Monastery
Chokling Temple
Dessa vez, eu e minha irmã estamos dando aula de inglês apenas para meninos, pequenos monges, de 06 a 16 anos, que aos 18 terão que tomar a decisão de se tornar monge oficial ou não. Não sei se eles terão outra alternativa, uma vez que muitos são órfãos e outros foram deixados ali por suas famílias, por serem muito pobres e não terem condições de mantê-los, quando no monastério, terão uma vida relativamente agradável e sobreviverão de doações.

Prédio onde fica a sala de aula
Nossa sala tem aproximadamente 28 alunos e diariamente separamos os menores dos adolescentes, uma vez que eles ainda não sabem ler e escrever. Um dia eu ensino os pequeninos, outro dia ensino os adolescentes e assim vou revezando com a minha irmã .

Dando aula de inglês
De qualquer forma, também descobrimos que muitos dos adolescentes falam inglês, mas também não sabem ler e escrever. Voluntários anteriores focavam apenas em conversação, sendo que eu e minha irmã também os cansamos de tanto fazê-los escrever! Por um ano eu dei aula de inglês em São Paulo como voluntária, por isso eu já tinha aulas preparadas, que trouxe comigo em um pen drive.

Achei que trabalhar com monges seria mais tranquilo do que com as barulhentas, mas não menos adoráveis crianças das favelas, uma vez que crescem estudando budismo, que prega a tolerância e sobretudo o amor ao próximo, seja ele um ser humano ou uma formiga. Mas eles são crianças como outras quaisquer, que bagunçam, adoram jogar futebol, fazer piadas, ouvir música no celular, assistir desenho animado, mas sobretudo, adoram brincar de lutar.

Futuros monges fazendo a maior zona na sala de aula
Tenzin ouvindo música no celular
Sangay Tashi desenhando
A única diferença é que eles usam um manto vermelho, chamado zen e que simboliza a concentração, e são carecas, seguindo o “estilo” de Buda. Na filosofia budista, raspar o cabelo é sinônimo de renúncia e superação da vaidade.

Ao contrário do belo e colorido templo, a sala de aula se encontra em um estado precário e cheirando a mofo. Suas paredes estão imundas e rabiscadas, grande parte das mesas e assentos de madeira em estilo tibetano estão quebrados e os colchonetes onde os estudantes sentam estão imundos.

Além disso, eles não têm material escolar, a não ser caderno, lápis e borracha. Não têm livros, nem lápis de cor. Eu e minha irmã já estamos pensando em algo para ajudá-los, uma vez que este é o único monastério que não tem grandes doadores, a não ser os moradores locais, que colaboram como podem.

Assim como em Delhi, também estou trabalhando em Bir através da ONG Volunteering Activity. Quem quiser mais informações, pode entrar em contato com Ananta Kumar através do site:





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